Site Loja Virtual Textos Buscar textos Projetos Links Imagens Livro de visitas Indique o site
| Entrar

PESQUISA

SITE SEGURO

Compre pelo PagSeguro

NOVOS LINKS

USUÁRIOS ONLINE

5 visitantes online (3 na seção: Artigos)

Usuários: 0
Visitantes: 5

mais...

VISITAS

Bem vindo
Visitante

Já existem:



Visitantes deste site
Artigos > Comunicação e Produção Científica em Educação e em Educação Física > FERREIRA NETO, Amarílio; NASCIMENTO, Ana Claudia Silvério. Avaliação de periódicos científicos da educação física: o caso da Revista Motriz, 2003.

FERREIRA NETO, Amarílio; NASCIMENTO, Ana Claudia Silvério. Avaliação de periódicos científicos da educação física: o caso da Revista Motriz, 2003.

 

 

 

AVALIAÇÃO DE PERIÓDICOS CIENTÍFICOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA:

O CASO DA REVISTA MOTRIZ[1]

 

 

Amarílio Ferreira Neto Doutor em Educação pela Universidade Metodista de Piracicaba Professor do Departamento de Desportos da Universidade Federal do Espírito Santo Coordenador do PROTEORIA - Instituto de Pesquisa em Educação e Educação Física

Ana Claudia Silverio Nascimento

Graduada em Comunicação Social e Educação Física pela Universidade Federal do Espírito Santo Membro do PROTEORIA - Instituto de Pesquisa em Educação e Educação Física

 

 

1  INTRODUÇÃO

Visto que o processo de validação de novos conhecimentos demanda julgamento de valor, a avaliação dos periódicos torna-se fator imprescindível à distinção entre literatura científica e não científica.

Dentro desse contexto, a avaliação de periódicos tornou-se uma preocupação atual dos profissionais que se interessam pela qualidade da informação científica, sejam eles autores, editores, publicadores, gerenciadores de sistemas de indexação e, principalmente, pesquisadores.

Isso se deve ao fato de diversas críticas estarem sendo realizadas quanto à publicação de revistas com baixa qualidade, que não cumprem os critérios estabelecidos pela comunidade científica, e com as quais vem se perdendo recursos, material publicado e o prestígio de algumas instituições. Entre essas críticas, podemos destacar: irregularidade na publicação e distribuição da revista, falta de normalização dos artigos e da revista como um todo e falta do corpo editorial.

Dentro do processo de comunicação da ciência, a avaliação apresenta duas funções que merecem ser destacadas. Inicialmente, serve como filtro de qualidade, selecionando as contribuições originais e relevantes para a área. Serve ainda aos próprios pesquisadores, ao fornecer o retorno de seus trabalhos, permitindo-lhes rever, aperfeiçoar ou prosseguir em suas pesquisas.

Assim, a avaliação dos periódicos científicos pode ocorrer de duas formas: avaliação de mérito (conteúdo) e de desempenho (forma).

A primeira, normalmente realizada por pares (especialistas), pretende verificar aspectos como: qualidade dos artigos (originalidade, atualidade, identificação com a temática da revista e percentual de artigos originais); qualidade do corpo editorial e dos consultores (participação de membros da comunidade nacional e estrangeira); natureza do órgão publicador, abrangência, indexação, entre outros.

A segunda verifica aspectos como: normalização, duração, periodicidade, difusão, colaboração de autores e divisão de conteúdo.

No ato da avaliação formal, a verificação do cumprimento dos critérios acima citados é realizada atribuindo-se pontos a cada item atendido, permitindo, assim, não apenas a classificação dos periódicos de acordo com seu grau de normalização, mas também a caracterização de todo o conjunto no que diz respeito aos critérios mínimos cobrados de uma publicação para ser aceita pela comunidade científica. 

Dessa forma, o presente relatório tem como objetivo apresentar alguns aspectos julgados relevantes e que foram tomados como indicadores para proceder à avaliação de periódicos que divulgam a produção científica da Educação Física, tomando como exemplo a Revista Motriz.

Os aspectos apresentados têm como ponto de partida o instrumento de avaliação formal elaborado a partir do modelo proposto por Krzyzanowski & Ferreira (1998), em seu estudo Avaliação de Periódicos científicos e técnicos brasileiros.

 

2  INSTRUMENTO E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

Desde que foi proposto, o modelo citado vem sendo usado em vários estudos sobre periódicos científicos e técnicos, pois permite mensurar aspectos relacionados com a normalização das revistas.

Entretanto, o instrumento elaborado para avaliação dos periódicos das Ciências Exatas e Biológicas apresentou limitações para a avaliação das revistas científicas da Educação Física, principalmente devido ao item "divisão de conteúdo”, evidenciando a necessidade de reformulação do modelo, a fim de que esse possa captar as particularidades da área, que se apresenta como multidisciplinar.

Como os artigos publicados nas revistas da área, muitas vezes, não têm as características de artigo original exigidas pelas Ciências Naturais, entendemos que seria mais adequado submeter as publicações da Educação Física ao instrumento elaborado para as Ciências Humanas.

Assim, de acordo com o instrumento formulado, os aspectos observados na avaliação das revistas são:

  • normalização: os periódicos são avaliados seguindo-se as variáveis estabelecidas no formulário, recebendo pontuação de acordo com sua normalização. Como

 

parâmetro para medir a normalização, consideram-se as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). No caso das referências, verifica-se qual a norma adotada e, a seguir, analisa-se se a revista cumpre a norma declarada.

  • duração: considera-se a data de início e o tempo ininterrupto de existência do periódico para pontuação dessa variável.
  • periodicidade: a indicação de periodicidade é verificada no próprio periódico e confirmada no Catálogo Coletivo Nacional de Publicações Seriadas (CCN), do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT). Recebem um ponto a menos os fascículos atrasados e aqueles com números acumulados.
  • indexação: recebem pontuação os fascículos que registram as fontes. São consideradas até três fontes internacionais e atribuem-se a cada uma delas cinco pontos.
  • difusão (formas de distribuição): são consideradas de "distribuição gratuita” e recebem um ponto nessa variável as publicações que não registram a forma de distribuição nos fascículos e/ou só fazem difusão por meio de doação e permuta. As publicações que indicam preço de assinatura recebem três pontos nessa variável.
  • colaboração de autores: a publicação de trabalhos de autores estrangeiros, em colaboração ou não, é analisada e também pontuada.
  • divisão de conteúdo: pretende identificar o tipo de artigo que é publicado pelo periódico. Recebem pontos os fascículos que publicam: artigos originais (75% ou 50% do total de páginas), artigos de revisão, cartas, resenhas bibliográficas e estudo de caso.

A pontuação para cada variável e o total geral alcançado permitem uma classificação geral de desempenho de cada periódico analisado. Cada variável apresenta uma pontuação correspondente (ver formulário) e para cada conjunto de variável é atribuído um peso, ficando assim distribuído: Normalização - 25%; Duração - 5%; Periodicidade - 12%; Indexação - 15%; Difusão - 3%; e Colaboração de autores e divisão de conteúdos - 40%.

Assim, dentro de cada um desses conjuntos, há um número máximo de pontos que pode ser obtido pela revista. Para que se consiga o desempenho do fascículo nesse item, deve-se relacionar o total de pontos obtidos pela revista dentro de determinado conjunto com o peso atribuído a ele.

O desempenho geral é obtido com a soma das pontuações alcançadas em cada um dos conjuntos, considerando a seguinte classificação:

NÍVEL A - acima de 90% (excelente)

NÍVEL B - de 71% a 90% (muito bom)

NÍVEL C - de 51% a 70% (bom)

NÍVEL D - de 31% a 50% (regular)

NÍVEL E- menor ou igual a 30% (fraco)

A pontuação pode ser visualizada melhor no seguinte quadro:

QUADRO 1- PONTUAÇÃO DOS CONJUNTOS

CONJUNTO DE VARIÁVEIS

PONTUAÇÃO MAXIMA

PESO

Normalização

22 pontos

25%

Duração

05 pontos

5%

Periodicidade

12 pontos

12%

Difusão

03 pontos

3%

Colaboração de autores e divisão de conteúdos

17 pontos

40%

Indexação

15 pontos

15%

 

3  RESULTADOS DA AVALIAÇÃO

Para avaliação da revista Motriz, consideramos os quatro últimos fascículos correspondentes aos volumes: 6 (1), 6 (2), 7 (1) e 7 (2). Esse procedimento, também usado por algumas bases de dados, como Lilacs e Scielo, permite confirmar a presença de algumas características da revista e, sobretudo, conhecer sua periodicidade.

Dessa forma, o resultado alcançado foi o seguinte:

  • Normalização


Figura 1 - Normalização

O conjunto normalização reúne elementos essenciais para definição e identificação dos periódicos e, por isso, é exigido em todos os processos avaliativos.

Com a análise dos quatro fascículos, verificamos que houve uma pequena melhora no último volume publicado. Os problemas detectados na revista Motriz, quanto à normalização, referem-se à apresentação incompleta de algumas informações e à inexistência de outras, que podem ser assim relacionadas:

Legenda bibliográfica: para ser considerada completa, deve informar o título do periódico, o local da publicação, o volume, o número do fascículo, o número das páginas inicial e final e a data da publicação. Quanto à sua localização, a norma NBR 6026 (ABNT) preconiza que ela deve constar no anverso da folha de rosto (rodapé) e em cada uma das páginas do fascículo. Para a avaliação, considera também a inclusão da legenda na capa.

A legenda bibliográfica da folha de rosto deve ser delimitada por traços horizontais e verticais e indicar a paginação relativa ao fascículo, enquanto a legenda de cada artigo contém apenas sua paginação específica. Dessa forma, as duas legendas citadas devem ser apresentadas da seguinte forma:

-  Legenda de folha de rosto

Motriz

Rio Claro

v. 7

n. 2

p. 69-142

dez. 2001

 

-  Legenda das páginas referentes a cada artigo

Motriz, Rio Claro, v. 7, n. 2, p. 69-74,jul./dez. 2001.

A revista apresenta legenda em todos os locais indicados na ficha de avaliação. Entretanto, nenhuma delas pode ser considerada completa. Assim, precisa inserir nas legendas o local de publicação e ainda deve incluir nas legendas do sumário e folha de rosto os números das páginas inicial e final do periódico.

-  ISSN: facilita a identificação do periódico, o intercâmbio, a organização de acervos e a sua indexação. A revista deve incluir o número do ISSN na capa, no canto superior direito, como indica a norma NBR 10525 (ABNT).

-  Sumário: deve ser apresentado também em inglês.

7

 -   Filiação dos autores: compreende a apresentação do nome completo do autor, titulação, instituição e endereço. Logo, a revista precisa incluir a titulação dos autores em todos os artigos.

*  Duração, periodicidade, difusão

A pontuação no item duração é atribuída conforme o tempo de existência da revista. Assim, revistas mais antigas recebem pontuação maior. Esse critério privilegia as revistas que conseguem garantir a continuidade de sua publicação.

O conjunto difusão pretende verificar o tipo de distribuição utilizada pelas revistas. As que são distribuídas gratuitamente recebem pontuação inferior àquelas que são vendidas ou trocadas com outras instituições. Um ponto positivo observado na revista Motriz diz respeito à presença da ficha que indica o preço da assinatura e do fascículo avulso.

O conjunto periodicidade pretende verificar o intervalo de aparição da revista, observando se a periodicidade informada é cumprida. Como os fascículos avaliados possuem periodicidade semestral, obtiveram apenas dois, dos doze pontos possíveis nesse conjunto. Os fascículos atrasados recebem um ponto a menos.

No momento, esse é o grande problema da publicação, que tem enfrentado dificuldades para cumprir sua periodicidade.A regularidade de publicação é um dos critérios mais elementares no processo de avaliação e é de importância fundamental, pois indica o fluxo da produção científica do periódico. Dessa forma, para ser incluída em bases de dados, uma revista deve ser publicada de acordo com a freqüência especificada. Indexadores da área da Saúde, como o Lilacs, indicam a periodicidade quadrimestral como a mínima para as revistas dessa área, e a periodicidade trimestral como a ideal.

Segundo a ficha de assinatura enviada juntamente com o fascículo correspondente ao volume 7 (2), a revista indica que a sua periodicidade, a partir de 2002, passa a ser quadrimestral. Assim, acreditamos que a revista deve investir no compromisso de manter sua regularidade e a nova periodicidade proposta como forma de conseguir ampliar a circulação mediante sua inclusão em bases de dados.

*  Colaboração de autores e divisão de conteúdo

Nesse conjunto, a pontuação obtida pela revista pode ser visualizada da seguinte forma:

 

18,8 18,8

9,41

14,4

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Volume 6(1) Volume 6 (2) Volume 7 (1) Volume 7 (2)

 

Figura 2 - Colaboração e autores e divisão de conteúdo

 

 

No processo de avaliação de periódicos, este é sempre o conjunto mais difícil de ser avaliado, já que muitas revistas não indicam o tipo de artigo (artigo original, artigo de revisão, relato de experiência, etc.) que publica e essa tarefa fica a cargo dos avaliadores.  

No item colaboração de autores, pretende-se verificar a participação de autores estrangeiros, em colaboração ou não. Nos quatro fascículos da revista Motriz que foram avaliados, não identificamos artigo de autor estrangeiro, por isso a revista não pontuou nesse item.

Essa é uma variável bastante observada pelas bases de dados, pois indica a capacidade da revista em atrair a colaboração de autores de instituições de outros países, além de ser indicativa do prestígio da publicação entre as comunidades científicas nacional e internacional.

Verificamos também que a participação de autores de outras instituições do País ainda é pequena, se compararmos com o número de artigos publicados. Para exemplificar, podemos citar o volume 7 (2) que publicou nove artigos, compreendendo seis relatos de pesquisa, uma revisão de literatura e dois pontos de vistas. Desse total, apenas três são de autores de outras instituições, sendo dois deles em colaboração com autores da Universidade Estadual Paulista.

Atualmente, uma revista que deseja ser indexada não pode estar circunscrita apenas à entidade responsável por sua publicação. Não se pode aceitar uma publicação que sirva somente para escoar a produção "caseira”.

A endogenia é, hoje, um dos assuntos mais discutidos no que concerne às publicações periódicas. Há uma preocupação com os periódicos que são criados com o objetivo de fazer circular os trabalhos docentes e discentes dos programas de pós-graduação. Entretanto, se a produção científica for de qualidade elevada, em nada deverá prejudicar a instituição ou o veículo que a dissemina.

Assim, acreditamos que, apesar da qualidade do material que publica, a revista Motriz deve buscar ampliar a participação de autores de outras instituições brasileiras e também de autores estrangeiros. Para isso, precisa publicar também em outra língua, além do português.

Quanto à divisão de conteúdo, a revista apresenta um bom desempenho, priorizando a publicação de artigos originais. No item "Tipo de colaboração aceitos pela Motriz”, nas normas para publicação, a revista apresenta cada uma das suas seções, bem como o tipo de trabalho que é aceito em cada uma delas. Entretanto, consideramos que precisa haver melhor definição dessas seções e também do tipo de material aceito para ser publicado.

Como exemplo da dubiedade das informações, podemos citar a seção "Relatos de pesquisa” que é definida da seguinte forma: "...investigação baseada em dados empíricos, utilizando metodologia científica”. Essa informação remete à idéia de artigos originais, principalmente porque a revista mantém uma seção de relato de experiência e outra de revisão de literatura. Entretanto, no volume 6 (2) encontramos um artigo (Velhice...Espaço Social de Aprendizagem: aspectos relevantes para a intervenção da Educação Física) na seção "Relato de pesquisa”, que é uma revisão bibliográfica, segundo informação do próprio autor (ver resumo).

Assim, acreditamos que há necessidade de maior precisão na definição das seções para que não haja dúvida sobre o que é publicado em cada uma delas.

A revista deve aumentar a publicação de artigos originais para aumentar a pontuação nessa variável, e evitar a publicação de resumos, documentos, informes, já que, para a pontuação dos artigos originais, leva-se em consideração o número total de páginas.

Considerando todos os conjuntos avaliados, o desempenho da revista Motriz pode ser visualizado da seguinte forma:

 

          AH 0-7 47 41

35,86 4

2,9

2 ^

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Volume 6 Volume 6 Volume 7 Volume 7 (1) (2) (1) (2)

 

 

Figura 3 - Desempenho geral

4  CONSELHO EDITORIAL

Apesar de não constar no instrumento para a avaliação da revista, consideramos relevante destacar a importância do Conselho Editorial.

Inicialmente, devemos pontuar que a sua composição deve ser pública e seus integrantes especialistas reconhecidos pela comunidade científica. O Conselho deve ser composto por membros de outras instituições e Estados da Federação que tenham representatividade na área, visto que ele pode ser indicador da qualidade necessária ao julgamento abalizado e imparcial dos trabalhos publicados no periódico.

Assim, acreditamos que a revista deve incluir em seu Conselho Editorial a participação de membros de instituições nacionais e internacionais, apresentando, de forma clara, a sua titulação e instituição de origem.

 

5  ASPECTOS POSITIVOS DA REVISTA

Podemos citar os seguintes:

-  possui qualidade visual e gráfica;

-     há orientação nas normas para publicação sobre aspectos técnicos para apresentação dos trabalhos, critérios para avaliação e exemplos de referências e citações;

-  indica as datas de recebimento e aprovação dos artigos;

-  apresenta legenda bibliográfica nas páginas do fascículo;

-  inclui resumos e descritores dos trabalhos no idioma do texto e em inglês;

-  apresenta ficha de assinatura.

6  ASPECTOS A SEREM APRIMORADOS

Alguns aspectos da revista podem ser aprimorados:

-  incluir legenda bibliográfica completa na capa;

-  registrar o número de ISSN na capa;

-  apresentar sumário bilíngüe;

-  indicar titulação dos membros do Conselho Editorial;

-  observar a pontualidade e cumprir a periodicidade;

-  informar titulação de todos os autores;

-  classificar as seções por tipo de artigo: original, revisão, relato de experiência, etc.

-  aumentar a quantidade de artigos originais.

 

7  CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após procedermos à análise dos fascículos, verificamos que os resultados obtidos demonstram que a revista Motriz é classificada como D (regular), apresentando aspectos que ainda precisam ser melhorados, tanto de normalização como de conteúdo.

Os problemas detectados na normalização da revista Motriz comprometem a sua inserção em circuitos ampliados de leitores, colaboradores, assinaturas, permutas, etc. A carência mais séria consiste na indexação do periódico em centros de referência importantes.

A indexação em centros internacionais de referência depende da qualidade do periódico e é concedida em função desses aspectos normativos e outras exigências. Assim, a adoção de padrões editoriais consistentes e uma periodicidade previsível e regular podem contribuir para maior visibilidade da publicação, uma vez que são fatores observados pelas bases de dados.

Atendidas as observações relacionadas com a normalização da revista, deve­se estar atento para o problema de maior dificuldade de alguns periódicos: o estabelecimento de uma definição clara sobre a qualidade acadêmica dos artigos.

A revista precisa priorizar a publicação de artigos originais e definir as suas seções baseadas no tipo de artigo que publica (artigos originais, artigos de revisão, relato de experiência, etc.). É necessário entender que a publicação de resumos, informes, documentos, etc., prejudica a avaliação da revista, já que, para pontuação no item "divisão de conteúdo” leva-se em consideração o número total de páginas do fascículo.

 

Mais uma vez, destacamos que todas as variáveis avaliadas são intervenientes na indexação e simultaneamente na circulação ou vice-versa. É preciso observar o fato de que, muitas vezes, algumas revistas de valor não são consultadas por pesquisadores nacionais ou estrangeiras porque não estão em bases de dados nacionais e internacionais de referência.

Assim, ainda que o modelo aplicado na avaliação possua limitações, acreditamos que os itens analisados correspondem às características que são observadas pelos principais indexadores e, por isso, é adequado à nossa realidade e cumpre as funções para as quais foi desenvolvido.

 

8  REFERÊNCIAS

CASTRO, R. C. F.; FERREIRA, M. C. G.; VIDILI, A. L. Periódicos latino-americanos: avaliação das características formais e sua relação com a qualidade científica. Ciência da Informação, Brasília, v. 25, n. 3, p. 357-67, set./dez. 1996.

CASTRO, R. C. F. ; NEGRÃO, M. B.; ZAHER, C. R. Procedimentos editoriais na avaliação de artigos para publicação em periódicos de ciências da saúde da América Latina e Caribe. Ciência da Informação, Brasília, v. 25, n. 3, 1996.

GREENE, Lewis Joel. O dilema do editor de uma revista biomédica: aceitar ou não aceitar. Ciência da Informação, Brasília, v. 27, n. 2, 1998.

KRZYZANOWSKI, R. F. e FERREIRA, M. C. Gonzaga. Avaliação de periódicos científicos e técnicos brasileiros. Ciência da Informação, Brasília, v. 27, n. 2, p. 165­175, maio/ago. 1998.

KRZYZANOWSKI, R. F. et al. Programa de apoio às revistas científicas para a FAPESP. Ciência da Informação, Brasília, v. 20, n. 2, 1991.

_______ Periódicos científicos - ProBE, informação em tempo real. Disponível

em: < http://www.fapesp.br.opini42>. Acesso em 23 ago. 2001.

 

LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde. Critérios de Seleção de periódicos para a base de dados LILACS. 2000. Disponível em: <http://www.bireme.br/abd/P7crit Selecao.html> Acesso em: 19 ago.2001.

MEADOWS, A. J. A comunicação científica. Tradução de Antonio Agenor Briquet de Lemos. Brasília, DF: Briquet de Lemos/Livros,1999

MIRANDA, D. B. O periódico científico como veículo de comunicação: uma revisão de literatura. Ciência da Informação, Brasília, v. 25, n. 3, 1996.

MUELLER, S. P. M. O círculo vicioso que prende os periódicos nacionais. DataGramaZero, Brasília, n. 0, dez. 1999.

OHIRA, M. L. B.; SOMBRIO, M. L. L. N.; PRADO, N. P. Periódicos brasileiros especializados em biblioteconomia e ciência da informação. Encontros Bibli: revista de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Florianópolis, n.10, out.

  1. Disponível em: <http://www.ced.ufsc.br/bibliote/encontro>.

SABBATINI, Renato. Ciência perdida no terceiro mundo. Correio Popular, Campinas, 9 out. 1998.

______ . A morte das revistas científicas no Brasil. Correio Popular, Campinas, 30

out. 1998.

SCHWARTZMAN, Simon. A política brasileira de publicações científicas e técnicas: reflexões. Revista Brasileira de Tecnologia, Brasília, v. 15, n. 3, maio/ jun. 1984.

SCIENTIFIC Eletronic Libray Online. Biblioteca Científica Eletrônica. Sobre o Projeto. Disponível em: <http://www.scielo.br/fbpe/projeto/pintro>. Acesso em 19 ago.

2001.

SOUZA, D. H. F. de. Publicações periódicas: processos técnicos, circulação e disseminação seletiva da informação. Belém: Universidade Federal do Pará, 1992. STUMPF, I. R. C. Passado e futuro das revistas científicas. Ciência da Informação, Brasília, v. 25, n. 3, p.383-386, 1996.

______ . Revistas universitárias brasileiras: barreiras na sua produção.

Transinformação, v. 9, n. 1, ,jan./abr. 1997.

______ . Reflexões sobre as Revistas Brasileiras. In texto, v. 1, n. 3, 2000. Disponível

em: <file://A:InTexto_arquivosconteudo_arquivosa-v1n3a3.html> Acesso em: ago.2001.

TARGINO, M. das G; GARCIA, J. C. R. Ciência brasileira na base de dados do Institute for Scientific Information. Ciência da Informação, Brasília, v. 29, n. 1, p. 103-126, jan./abr. 2000.

TARGINO, Maria das Graças. Comunicação científica: uma revisão de seus elementos básicos. Informação & Sociedade, v. 10, n. 2, p. 37-85. 2000.

TESTA, James. A base de dados ISI e seu processo de seleção de revistas. Ciência da Informação, Brasília, v. 27, n. 2, 1998.

YAMAMOTO, O. H. et al. Periódicos científicos em psicologia: uma proposta de avaliação. Infocapes, v. 7, n. 3, p.7-13, jul./set. 1999.

Modelo para avaliação de periódicos científicos - Educação Física

Titulo______________________________________________________________

Instituição__________________________________________________________

Volume (s)____ N°_____ Estado____________ Agência Financiadora_________

1

NORMALIZAÇAO

 

 

1.1

Periódico no todo

 

 

1.1.1

Legenda bibliográfica

Inclusão (capa, sumário, páginas do texto)

02

 

 

Existência

01

1.1.2

ISSN

Inclusão (capa, página de rosto e/ou sumário)

02

 

 

Existência

01

1.1.3

Endereço

Completo

01

1.1.4

Periodicidade

Explícita

01

1.1.5

Instruções aos autores

Existência

01

 

 

 

Completa (incluindo exemplo de referências)

02

1.2

Fascículo

 

 

1.2.1

Sumário

Existência (língua original)

01

 

 

Existência (bilíngüe)

02

1.2.2

Referências

Normalizadas (mais da metade dos artigos)

01

 

 

Normalização explícita (ISO, ABNT, CIDRM, outros)

02

1.3

Artigos

 

 

1.3.1

Filiação autor

Indicação incompleta

01

 

 

Indicação completa

03

1.3.2

Resumos só no idioma do texto

Inclusão sistemática

02

1.3.3

Resumos só em outro idioma que não o do texto

Inclusão sistemática

02

1.3.4

Resumos bilingües

Inclusão sistemática

04

1.3.5

Descritores

Inclusão em todos os artigos

02

 

 

Inclusão em mais da metade dos artigos

01

1.3.6

Data de recebimento e/ou publicação dos artigos

Inclusão sistemática

01

2

DURAÇAO

 

 

2.1

Tempo ininterrupto de existência

2 a 5 anos

02

 

 

6 a 10 anos

03

 

 

11 a 15 anos

04

 

 

Mais de 15 anos

05

3

PERIODICIDADE

 

 

3.1

Intervalo regular de aparição

1 vez ao ano

01

 

 

2 vezes ao ano

02

 

 

3 vezes ao ano

03

 

 

4 vezes ao ano

04

 

 

5 vezes ao ano

05

 

 

6 vezes ao ano

06

 

 

7 vezes ao ano

07

 

 

8 vezes ao ano

08

 

 

9 vezes ao ano

09

 

 

10 vezes ao ano

10

 

 

11 vezes ao ano

11

 

 

 

12 vezes ao ano

12

 

Irregulares, atrasadas

1 ponto a menos

 

4

DIFUSAO

 

 

4.1

Formas de distribuição

Compra e/ou permuta

03

 

 

Distribuição gratuita

01

5

COLABORAÇAO E DIVISAO DE CONTEÚDO

 

 

5.1

Autoria

Publicação de no mínimo 10% de artigos de autores estrangeiros e/ou em colaboração

03

5.2

Divisão de conteúdo

 

 

5.2.1

Artigos originais

Inclusão regular de 75%

05

 

 

Inclusão regular de 50%

03

5.2.2

Artigos de revisão

Inclusão regular

04

5.2.3

Cartas

Inclusão regular

02

5.2.4

Resenhas bibliográficas

Inclusão regular

02

5.2.5

Estudos de caso

Inclusão regular

01

6

INDEXAÇAO

 

 

6.1

Inclusão em bibliografias, abstracts, sumários correntes impressos ou em CD-ROM

Em cada serviço internacional

05

Fonte: modificado a partir de Krzyzanowski & Ferreira, 1998.

 

 



[1] Esse relatório de pesquisa foi produzido como parte do processo da avaliação de periódicos científicos da Educação Física brasileira. Os demais periódicos analisados são: Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Revista Paulista de Educação Física, Revista Brasileira de Ciência & Movimento, Motrivivência, Revista Educação Física/UEM, Revista Mineira de Educação Física, Motus Corporis, Movimento, Licere e Pensar a Prática. O trabalho foi desenvolvido pelo PROTEORIA - Instituto de Pesquisa em Educação e Educação Física em julho de 2002.

 

 

Instituto de Pesquisa em Educação e Educação Física (PROTEORIA), http://www.proteoria.org
  Ver este arquivo em formato PDF Impimir arquivo

Navegue pelos artigos
Prévia do artigo FERREIRA NETO, Amarílio; NASCIMENTO, Ana Claudia Silvério. Avaliação de periódicos científicos da educação física: o caso da Revista da Educação Física/UEM, 2003. FERREIRA NETO, Amarílio; NASCIMENTO, Ana Claudia Silvério. Avaliação de periódicos científicos da educação física: o caso da Revista Mineira de Educação Física, 2003. Próximo artigo
avaliação 2.70/5
avaliação: 2.7/5 (228 votos)

Usuário:

Senha:

Lembrar-se



Esqueceu a senha?

Cadastre-se agora.

CONTRIBUIÇÕES

NOVOS ARTIGOS

ELLER, Marcelo Laquini. A olimpíada escolar e a escolarização da educação física no Espírito Santo: 1946-1954 In: Anais do X Congresso Luso Brasileiro de História da Educação, Curitiba, 2014
Marcelo Laquini Eller
WILL, Thiago ferraz; SCHNEIDER, Omar; ASSUNÇÃO, Wallace Rocha. Arquivos da Escola de Educação Física do Espírito Santo: o Ensino da História da Educação Física entre as Décadas de 1930 e 1960 In: Anais do X Congresso Luso Brasileiro de História da Educação, Curitiba, 2014
Thiago Ferraz Will
BRUSCHI, Marcela; SCHNEIDER, Omar; ASSUNÇÃO, Wallace Rocha. Professoras e autoras: circulação, apropriação e produção de saberes sobre a educação física no Espírito Santo (1931-1936) In: Anais do X Congresso Luso Brasileiro de História da Educação, Curitiba, 2014
Marcela Bruschi
WILL, Thiago Ferraz; SCHNEIDER, Omar; ASSUNÇÃO, Wallace Rocha; RIBEIRO, Denise Maria da Silva; LUCIO, Mariana Rocha; POLEZE, Grasiela Martins Lopes. o ensino da história da educação física: uma análise dos anais dos congressos de educação física, esporte e lazer. In: XVIII Congresso Brasileiro de Ciência do Esporte e V Congresso Internacional de Ciências do Esporte, 2013, Brasília.
Thiago Ferraz Will
ELLER, Marcelo Laquini; SCHNEIDER, Omar; SANTOS, Wagner dos. Revista Brasileira de Educação Física e Desportos: Impresso pedagógico e prescrições esportivas para a educação física (1968-1984). In: XVIII Congresso Brasileiro de Ciência do Esporte e V Congresso Internacional de Ciências do Esporte, 2013, Brasília.
admin
RIBEIRO, Denise Maria da Silva; LUCIO, Mariana Rocha; SCHNEIDER, Omar; ASSUNÇÃO, Wallace Rocha; POLEZE, Grasiela Martins Lopes; WILL, Thiago Ferraz. Colégio Estadual do Espírito Santo: relatos da educação física e do esporte em seu arquivo institucional (1943-1957)In: XVIII Congresso Brasileiro de Ciência do Esporte e V Congresso Internacional de Ciências do Esporte, 2013, Brasília.
admin
RIBEIRO, Denise Maria da Silva; LUCIO, Mariana Rocha; SCHNEIDER, Omar; ASSUNÇÃO, Wallace Rocha. Colégio Estadual do Espírito Santo: práticas de ensino de educação física e do esporte em seu arquivo institucional (1943-1957) In: XVIII Congresso Brasileiro de Ciência do Esporte e V Congresso Internacional de Ciências do Esporte, 2013, Brasília.
admin
BRUSCHI, Marcela ; SCHNEIDER, Omar ; SANTOS, Wagner dos; ASSUNÇÃO, Wallace Rocha. Presença feminina na escolarização da educação física no Espírito Santo (1931-1937). In: XVIII Congresso Brasileiro de Ciência do Esporte e V Congresso Internacional de Ciências do Esporte, 2013, Brasília.
Marcela Bruschi
SCHNEIDER, Omar; Bruschi, Marcela. A Revista de Educação e a escolarização da educação física no Espírito Santo: autores, atores e editores (1934-1937) In: VII Congresso Brasileiro de História da Educação, 2013, Cuiabá. Circuitos e fronteiras da história da educação no Brasil. 2013. 1 CD-ROM ISSN:2236-1855
Marcela Bruschi
SCHNEIDER, Omar; BRUSCHI, Marcela; SANTOS, Wagner dos; FERREIRA NETO, Amarílio. A Revista de Educação no governo João Punaro Bley e a escolarização da Educação Física no Espírito Santo (1934-1937). Revista brasileira de história da educação, Campinas, v. 13, n. 1 (31), p. 43-68, jan/abr 2013
Marcela Bruschi