COLÉGIO ESTADUAL DO ESPÍRITO SANTO: PRÁTICAS DE ENSINO DA EDUCAÇÃO FÍSICA E DO ESPORTE EM SEU ARQUIVO INSTITUCIONAL (1943-1957)

Denise Maria da Silva Ribeiro[1]

Mariana Rocha Lucio[2]

Omar Schneider[3]

Wallace Rocha Assunção[4]

PALAVRAS-CHAVE: História da Educação Física; Espírito Santo, Arquivo Institucional.

INTRODUÇãO

Este estudo é subsidiário de um projeto maior (SCHNEIDER, 2012) que busca estudar o arquivo institucional do Colégio Estadual do Espírito Santo entre os anos de 1943 e 1957. Utilizamos os dados obtidos no arquivo escolar sobre as correspondências, ofícios, atas de admissão de funcionários e alunos, documentos da UAGES – União Atlética Ginasial do Espírito Santo – uma agremiação esportiva fundada em 1934 como resultado dos esforços dos alunos do Ginásio Espírito Santo, atual Colégio Estadual, conhecendo assim a repercussão da educação física naquele período.

Com base nos conceitos de representação desenvolvidos por Chartier (1991), buscamos analisar como se constitui a história e memória das práticas esportivas no arquivo institucional da escola. “Toda reflexão metodológica enraíza-se, com efeito, numa prática histórica particular, num espaço de trabalho específico. A análise das práticas que, diversamente, se apreendem dos bens simbólicos, produzindo assim usos e significações diferençadas” (PAES, 1997, p.178)

Sobre o arquivo, uma fonte importante para nosso estudo, Paes nos informa:
 

O arquivo é uma fonte de documentos que é construída por uma instituição, pública ou privada, no decorrer da sua existência, com objetivo de registrar fatos e acontecimentos de um determinado local. A principal finalidade dos arquivos é servir à administração, constituindo-se, no decorrer do tempo, em base de conhecimento da história. (PAES, 1997, p20)
 

Mais que servir à administração, os arquives servem aos historiadores que neles infere sobre fatos do passado, fazendo-os falar mesmo contra as intenções de quem os produziu.

Nas escolas o espaço destinado às documentações acumuladas é identificado como arquivo morto supondo ser sem utilidade, uma denominação inadequada aos arquivos permanentes. Em geral, as escolas não mantêm registro de suas atividades, das experiências e dos resultados obtidos e, na maioria das vezes, quando existe algum material escrito, ele pouco representa o que se passa no seu cotidiano. Se ao menos houvesse um mínimo de organização na guarda de cada documento e um pouco de limpeza, contribuiria para que não fossem destruídos pela ação do tempo, facilitaria o trabalho do pesquisador no uso dessas fontes e contribuiria para o estudo da história.

OBJETIVO

Compreender as práticas de representações sobre a educação física e o esporte no Colégio Estadual nos anos 1943-1957, sua repercussão, como era vista e representada dentro da escola e no Estado.

METODOLOGIA

É uma pesquisa documental que utiliza como corpus o arquivo institucional do Colégio Estadual, cujos documentos foram fotografados, organizados segundo sua natureza e então analisados. Utilizamos como referencial teórico as proposições de Chartier (1991) sobre as práticas de representação no estudo do corpus documental.

ANÁLISE E DISCUSSÃO

Entre as décadas de 40 e 50 o Colégio Estadual pretendia se equiparar ao Colégio Pedro II, da cidade do Rio de Janeiro, como referência no ensino e, para isso, precisaria oferecer as mesmas disciplinas com a mesma carga horária semanal que aquele colégio. Por não possuir espaço destinado às aulas de Educação Física, a forma encontrada para alcançar a mesma representação perante a sociedade e o Ministério da Saúde e Educação foi o estabelecimento de uma parceria entre o Colégio e a Escola de Educação Física do Espirito Santo.

No arquivo institucional foram encontrados boletins de frequência, documentos da federação esportiva (UAGES), exames de admissão e históricos escolares dos alunos, notas e advertências semestrais, telegramas e convites para participação em campeonatos, ofícios e documentos para a escola de educação física.

Apesar de encontrar documentos de naturezas tão diversas, podemos encontrar algumas pitas sobre o papel da educação física na instituição.

Desconhecemos o destino dado aos registros dos planos de curso da educação física, possivelmente ele se constitui em outro acervo. Havia registros dos números de aulas semanais, lista de presença dos alunos e dos professores, porém ainda faltam informações que não obtivemos no arquivo institucional.

CONCLUSÕES

          
Concluímos que a educação física não era uma disciplina como as demais, pois tinha suas particularidades. Podemos inferir nos documentos que era ministrada aos alunos na Escola de Educação Física do Espírito Santo em regime de prestação de serviços, conforme registrado nas comunicações entre essas duas instituições, onde, também podemos apreender que, apesar de sua importância, não havia no Colégio um espaço destinado às aulas dessa disciplina nem professor contratado para a mesma, sendo, portanto,  necessário transferir para a Escola de Educação Física a responsabilidade de administrar essas aulas em próprio espaço.

Buscaremos em outros arquivos e em outras fontes, informações sobre como eram oferecidas as aulas de educação física no Colégio Estadual do Espírito Santo.

REFERÊNCIAS

CHARTIER, Roger. O mundo como representação. Estudos Avançados, n. 11, p.115-127. jan./abr. 1991.

PAES Marilene Leite, Arquivo teoria e prática. 3º edição revista e ampliada. Fundação Getulio Vargas. 1997.

SCHNEIDER, Omar (projeto)

FONTE DE FINANCIAMENTO

FAPES - Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo.

CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico