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Artigos > História da Educação, da Educação Física e do Esporte > História da Educação Física > ALVARENGA, J. A. ; Bruschi, Marcela ; Schneider, Omar . O lugar da Educação Física na reforma da instrução pública de Jerônimo Monteiro (1908-1912).. In: XI Congresso Espírito-Santense de Educação Física, 2011, Vitória. Educação Física nas Políticas Públicas: Trabalho e Gestão Integrada, 2011.

ALVARENGA, J. A. ; Bruschi, Marcela ; Schneider, Omar . O lugar da Educação Física na reforma da instrução pública de Jerônimo Monteiro (1908-1912).. In: XI Congresso Espírito-Santense de Educação Física, 2011, Vitória. Educação Física nas Políticas Públicas: Trabalho e Gestão Integrada, 2011.

O LUGAR DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA REFORMA DA INSTRUÇÃO PÚBLICA

DE JERÔNIMO MONTEIRO (1908-1912)[1]

 

Jeizibel Alves Alvarenga[2]

Marcela Bruschi[3]

Omar Schneider[4]

 

RESUMO

Esta investigação objetiva compreender as formas como circularam e foram apropriados (CERTEAU, 1994), temas como a higiene e a ginástica na consolidação dos modelos pedagógicos no estado do Espírito Santo entre os anos de 1908 e 1912, período de duração do governo Jerônimo Monteiro. Procura-se neste estudo deslocar o foco do sentido de influência para flagrar os usos que são feitos dos discursos, prescrições e projetos educacionais mobilizados no embate da proposta de constituição da Pedagogia Moderna em terras capixabas.

 

Introdução

Esta investigação é parte da pesquisa Apropriações da Pedagogia Moderna no Espírito Santo: práticas de representação e estratégias de circulação, desenvolvido no Instituto de Pesquisa em Educação e Educação Física (PROTEORIA), dentro das propostas da pesquisa A constituição de teorias da Educação Física: o debate em periódicos no século XX.

Este trabalho busca analisar o lugar da Educação Física na reforma realizada pelo governo do Estado do Espírito Santo, durante a gestão de Jerônimo Monteiro e o Inspetor Geral de Ensino Gomes Cardim, na tentativa compreender a importância da reformas educacionais para a constituição do processo que levou a Ginástica e posteriormente a Educação Física a fazer parte do ensino oferecido nas escolas do Estado do Espírito Santo.

 

Metodologia

Como referencial teórico metodológico foram utilizados os estudos de Carvalho (2003) sobre a escola e a República em que busca compreender e “[...] determinar as práticas, os processos e os dispositivos constituintes da especificidade ’escolar‘ da modalidade de intervenção social que chamamos de escola moderna” (CARVALHO, 2003, p. 325) para “[...] dimensionar as condições que presidiram o processo de institucionalização do modelo escolar no Brasil” (CARVALHO, 2003, p. 325)”.

No estudo usamos o repertório conceitual de Roger Chartier (1990) principalmente a noção de representação para compreender as formas pelas qual a realidade é construída por seus atores. Como método trabalhamos com a Arqueologia dos objetos, proposta de análise que se preocupa em perceber os vestígios armazenados em diferentes suportes, relatórios, correspondências, livros, etc. que são deixados como resíduos, memórias e monumentos da cultura.

Utilizamos como fonte para este estudo os relatórios dos presidentes e vice-presidentes do Estado do Espírito Santo.

 

Resultados e discussões

Durante o arrolamento bibliográfico foi possível perceber que poucos estudos foram produzidos tendo como foco a História da Educação Física capixaba. Em relação ao período anterior à década de 1930 foi localizado apenas dois estudo publicados em anais de congressos[5]. Com base nas análises já realizadas sobre a historiografia Espírito-Santense procuramos investigar o período de 1908 a 1912, momento de transformações econômicas, políticas, sociais e culturais decorrentes do processo de Proclamação da República que influenciou toda a educação brasileira e também a educação capixaba, as quais sofrem reflexos de dois significativos movimentos educacionais. O entusiasmo pela escolarização e o otimismo pedagógico, que aparecem antes mesmo dos anos 20, como “[...] uma atitude que se desenvolveu nas correntes de idéias e movimentos político-sociais e que consistiam em atribuir importância cada vez maior ao tema da instrução [...]” (NAGLE, 1929, p. 101).

O movimento Republicano buscava por meio da escola constituir um novo modelo de cidadão que estava pautado no modelo de vida europeu e buscava a construção de hábitos saudáveis por meio de medidas sanitaristas e higiênicas, que vão fazer parte do cotidiano da população capixaba. Tais medidas vão aparecer inicialmente na reforma de Jerônimo Monteiro, que vai apresentar uma proposta fortemente influenciada pelos ideários higienista e sanitarista, representados por medidas de saneamento Básico, como a implantação de rede de esgoto, limpeza pública e água encanada. Para Jerônimo Monteiro era necessário “Abastece-la [a cidade de Vitória] d’água, provêl-a de bom serviço de exgotto, saneal-a e crear para ella um serviço de hygiene, capaz de prevenir a irupção de qualquer epidemias ou combatel-as com sucesso[...]” (HEES; FRANCO. p. 55) constituía a mais sincera preocupação do seu governo.

A Educação Física então vai apresentar-se durante a reforma Gomes cardim como uma disciplina na qual os exercícios são realizados de forma metódica e com rigidez, com o objetivo de facilitar o aprendizado; segundo Jerônimo Monteiro a Educação Física “[...] pelos exercicios variados, intelligente e methodicamente executados, mantem sempre o seu organismo em favoravel formação” (MONTEIRO, 1910). A Ginástica utilizada na configuração da Educação Física escolar neste momento é a Ginástica Sueca que tinha por objetivo corrigir e endireitar os corpos das crianças.

Uma das características dessas aulas está no trato diferenciado dado para cada sexo, os homens faziam exercícios físicos militares e as mulheres faziam aulas de ginástica. (CARDIM, 1909). Dentro deste contexto a “Educação Physica” da época trazia a marca da configuração escolar disciplinadora almejada na época, mesmo não sendo uma disciplina ministrada no ambiente controlador e disciplinador das salas de aula.

O governo Jerônimo Monteiro terá como marca a influência militar na Educação, pois como aponta Soares (1998, p.40); “[...] ainda como inspetor de alunos, Gomes Cardim ajudava a combinar a militarização com as festas cívicas.” Durante o período que foi secretário Geral da Instrução Pública. As festas cívicas, bem como prática dos exercícios militares e ginásticos, tinham um importante papel na formação dos escolares, pois com o fim do Império e início da república ocorreu um grande fluxo imigratório para substituição nas lavouras de café da mão de obra escrava. Para o Espírito Santo vieram imigrantes Alemães, Italianos e Holandeses, Jerônimo monteiro, então acreditava ser necessária a nacionalização dos imigrantes a partir formação do sentimento cívico, do patriotismo e da nacionalidade, criados por meio da Escola com ajuda das festas cívicas.

 

Considerações finais

As práticas da Educação Física no Espírito Santo corporificaram neste momento o ideário que se buscava implantar no Brasil, nas primeiras três décadas do século XX. O que se oferecia era uma pedagogia moral, cívica e física que buscava modelar o cidadão republicano. Na reforma realizada por Jerônimo Monteiro e Gomes Cardim a Educação Física enquanto disciplina escolar vai auxiliar na propagação dos conceitos de higiene e sanitarismo que os republicanos buscavam divulgar na tentativa de constituir um novo cidadão, um cidadão em consonância com os ideais republicanos.

Também neste momento a Educação física/ginástica era utilizada como forma disciplinadora e com o uso da ginástica sueca também pode ser considerada como um meio de corrigir as deformidades, visando preveni as moléstias., além de ter um caráter estético e militar.  

O civismo também figurou com muita força neste governo, exposto na tentativa de nacionalizar os imigrantes, na tentativa da constituição de uma nação harmônica e nas festa cívicas realizada com muita freqüência com objetivos cívicos. A militarização que aparece no governo de Monteiro se apresentará também por meio do batalhão Jerônimo monteiro, no qual crianças apareciam orientadas por um militar fardadas e portando armas de brinquedo.

 

Referências

 

CARDIM, Carlos Gomes. Relatório Apresentado ao Exmo. Snr. Dr. Jerônymo de Souza Monteiro Presidente do Estado do Espírito Santo pelo Snr. Inspetor Geral do Ensino Carlos Gomes Cardim, 1909.
CARVALHO, Marta Maria Chagas. A Escola a República e Outros Ensaios. São Paulo: Ed. Universitária São Francisco, 2003.
CERTEAU, M. A invenção do cotidiano: artes do fazer. Petrópolis – RJ: Editora Vozes, 1994.
CHARTIER, Roger. A história cultural: entre práticas e representações. Lisboa: Difel, 1990.
HEES, Regina Rodrigues; FRANCO, Sebastião Pimentel. A República no Espírito Santo. Vitória, 2003.
MONTEIRO, Jerônymo de Souza. Mensagem dirigida pelo Dr. Jeronymo de Souza Monteiro Presidente do Estado ao Congresso Espirito-Santense na Primeira Sessão da Sétima Legislatura, 1910.
NAGLE, Jorge. Educação e Sociedade na primeira República. 2 ed. Rio de Janeiro: Ed. DP&A, 2001.
SCHNEIDER, Omar. ; ALVARENGA, Jeizibel Alves ; BRUSCH, Marcela . Educação, ginástica e educação física: apropriações da pedagogia moderna no Espírito Santo entre as décadas de 1910 e 1930. In: VI Congresso Brasileiro de História da Educação, 2011, Vitória. Invenção, tradição e escritas da História da Educação No Brasil. Fortaleza: Itarget, 2011. v. 1. p. 1-15.
SCHNEIDER, Omar. ; ALVARENGA, Jeizibel Alves ; BRUSCH, Marcela. A escolarização da Educação Física no Espírito Santo: higiene e ginástica na constituição dos modelos pedagógicos entre as décadas de 1900 e 1930. In: X Congresso Espírito-Santense de Educação Física, 2010, Vitória. Megaeventos esportivos no Brasil: implicações para a prática pedagógica em Educação Física. Vitória : Conesef, 2010. v. 1.
SOARES, Renato Viana. Paradigma São Paulo: a exportação do modelo repubicano paulista de ensino, no início século XX. 2 ed. São Paulo, Lei Rubem Braga, 1998.


[1]
Pesquisa financiada pelo CNPq, edital 2010-2011, com bolsa Pibic/UFES e em desenvolvimento no Centro

de Educação Física e Desportos da Universidade Federal do Espírito Santo.

[2](PROTEORIA/CEFD/UFES).

[3](PROTEORIA/CEFD/UFES).

[4](PROTEORIA/CEFD/UFES).

[5] Ver Schneider, Alvarenga, e Bruschi (2010; 2011).

Instituto de Pesquisa em Educação e Educação Física (PROTEORIA), http://www.proteoria.org
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Prévia do artigo ASSUNÇÃO, W. R. SCHNEIDER, O. SILVA, A. F. OLIVEIRA, A. S. F. A Associação Cristã de Moços e a difusão do americanismo no Brasil (1932-1950). In: XI Congresso Espírito-Santense de Educação Física, 2011, Vitória. Educação Física nas políticas públicas: trabalho e gestão integrada. Fortaleza: Itarget, 2011. v. 1. p. 1-5. BARBOSA, Islany Chagas; FERREIRA NETO, Amarílio. A inserção do esporte na educação física escolar (1932 - 1960). In: II Congresso de Educação Física e Ciências do Esporte do Espírito Santo, 2004, Vitória. II Congresso de Educação Física e Ciências do Esporte do Espírito Santo. Vitória: Secretaria Estadual do Colégio Brasileiro de Ciência do Esporte, 2004. Próximo artigo
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