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Artigos > História da Educação, da Educação Física e do Esporte > BRUSCHI, Marcela; SCHNEIDER, Omar; ASSUNÇÃO, Wallace Rocha. Professoras e autoras: circulação, apropriação e produção de saberes sobre a educação física no Espírito Santo (1931-1936) In: Anais do X Congresso Luso Brasileiro de História da Educação, Curitiba, 2014

BRUSCHI, Marcela; SCHNEIDER, Omar; ASSUNÇÃO, Wallace Rocha. Professoras e autoras: circulação, apropriação e produção de saberes sobre a educação física no Espírito Santo (1931-1936) In: Anais do X Congresso Luso Brasileiro de História da Educação, Curitiba, 2014

PROFESSORAS E AUTORAS: CIRCULAÇÃO, APROPRIAÇÃO E PRODUÇÃO DE SABERES SOBRE A EDUCAÇÃO FÍSICA NO ESPÍRITO SANTO (1931-1936)[1]

 

Marcela Bruschi - Ufes/Cefd/Proteoria - mbruschi.cefd@gmail.com

Omar Schneider - Ufes/Cefd/Proteoria - omarvix@gmail.com

Wallace Rocha Assunção - Faculdade Pitágoras/Proteoria - wallra@hotmail.com

 

Palavras-chave: Curso de Educação Física do Espírito Santo. Formação docente. Saberes em circulação

 

INTRODUÇÃO

 

No Brasil, uma educação escolarizada voltada para a mulher tem seu início em meados do século XIX, período em que se inicia a criação das escolas normais em várias províncias. Após o Ato Adicional de 1834, o Império transfere a responsabilidade da organização do ensino primário e secundário para as províncias. Cada região fica responsabilizada em abrir e manter as escolas, assim como formar e contratar professores.[2] Segundo Araújo, Freitas e Lopes (2008), a criação das escolas normais nasceu tendo em vista atender ao sexo masculino, mas, com o decorrer do tempo, elas passam a receber as mulheres e, ao final do século XIX, as matrículas se tornam predominantemente femininas.

Entretanto, a inclusão da mulher no processo educacional não aconteceu sem resistências. “[...] a ciência da época considerava as mulheres [...] inadequadas para as atividades públicas, afirmando que o lar era o local apropriado à sua inserção social e o cuidado com a família, sua ocupação prioritária” (SHOIET, 2012, p. 219), mantendo a ordem estabelecida e a tradição dos papéis sociais. Segundo Franco (2001), a partir do século XIX, há uma mudança de concepção no Brasil que limitava as mulheres ao acesso à educação. Conforme o autor, “No início da fase republicana [...], defendiam a ideia de que a mulher era a responsável pela constituição das gerações futuras e, em consequência, pelo futuro da nação. A nação dependeria, portanto, da forma como as mulheres educavam seus filhos e seus alunos” (FRANCO, 2001, p. 83). A partir desse período, ocorre a feminização do magistério em todas as escolas normais brasileiras.

No Espírito Santo, duas instituições se destacavam na formação de professores primários até a década de 1930: a Escola Normal[3] e o Colégio Nossa Senhora Auxiliadora.[4] Conforme a bibliografia sobre essas duas instituições, nota-se que elas não objetivavam a profissionalização da mulher, mas a preparava para ser boa dona de casa, esposa e mãe (FRANCO, 2001; BARRETO, 2009).[5]

Nem sempre foi possível produzir estudos sobre a história das mulheres no processo educacional. Sua presença na produção historiográfica tem sido restrita ou mesmo excluída. Por muito tempo, determinou-se um lugar secundário, e até mesmo marginalizado, da mulher na organização da sociedade e sua pouca influência nos acontecimentos históricos.[6] A história da mulher foi restrita a apenas uma “[...] história do corpo e dos papéis desempenhados na vida privada [...]” (PERROT, 2007, p. 15). Essa forma tem mudado para uma história das mulheres no espaço público no decorrer do século XX,[7] voltando seus interesses para a vida cotidiana das pessoas comuns na sociedade para aqueles com menor visibilidade social.

O estudo objetiva colocar em evidência um grupo que consideramos importante para se compreender a História da Educação Física no Espírito Santo. Um grupo que até o momento obteve pouco reconhecimento, do qual pouco se sabe a trajetória no campo educacional capixaba. Falamos das mulheres que frequentaram o Curso de Educação Física do Espírito Santo entre os anos de 1931 e 1936.

A Reforma Francisco Campos, ocorrida em 1931, torna obrigatório o ensino da Educação Física também no nível secundário. No mesmo ano é criado o Curso de Educação Física, que objetivou a formação de professores para atuar nessas instituições de ensino do Estado, além das próprias instituições primárias. Ao analisar os documentos gerados pela instituição ao longo dos anos de 1931 a 1936, percebemos que as mulheres se tornaram a maioria no curso na categoria de professor.[8]

Ao enfocar a presença feminina na escolarização da Educação Física no Espírito Santo na década de 1930, o estudo objetiva dar visibilidade à participação de 22 normalistas formadas no Curso de Educação Física que se envolveram em um projeto de Educação Física planejado para as escolas capixabas. É possível revelar suas participações por meio da escrita e publicação de suas monografias, requisito obrigatório ao término do curso, transformadas em artigos e publicadas no jornal Diário da Manhã (1908-1937) e no impresso Revista de Educação (1934-1937), observando os meios utilizados para significar a Educação Física na década de 1930 e a representatividade adquirida pelas professoras na sociedade vitoriense.

Utilizando o método indiciário proposto por Ginzburg (1999) na análise dos documentos, será possível observar as apropriações e usos realizados pelas mulheres dos conhecimentos propostos durante suas formações para a construção das monografias. Para que seja possível compreender a circulação de suas produções, mobilizamos o conceito de lutas de representação desenvolvido por Chartier (1990), identificando como “[...] uma realidade social é construída, pensada e dada a ler” (p. 17). O autor considera que a produção dessas representações do mundo social “[...] são sempre determinadas pelos interesses de grupos que as forjam” (1990, p. 17). Ao fazermos uso desse conceito, não visualizamos os materiais impressos e seus conteúdos como discursos neutros, mas como textos que “[...] produzem estratégias e práticas que tendem a impor uma autoridade à custa de outros, por elas menosprezados, a legitimar um projeto reformador ou a justificar, para os próprios indivíduos, as suas escolhas e condutas” (CHARTIER, 1990, p. 17).

Essa forma de analisar a construção da realidade social permite dar atenção às estratégias e táticas (CERTEAU, 1994) dos atores sociais em seu cotidiano, onde está em jogo a ordenação e a hierarquização da própria estrutura social. É dessa forma que o autor apresenta como uma sociedade não se reduz aos dispositivos de dominação, neste caso, a mulher vista como submissa, sem voz e ação, mas que possui maneiras de fazer, práticas pelas quais se apropria da cultura em circulação e produz cultura em seu cotidiano. Dessa forma, fundamentamo-nos em Certeau (1994), para o qual não apenas as estatísticas produzem sentido para interpretar os dados de uma certa realidade, mas também “[...] as operações e os usos individuais, suas ligações e as trajetórias variáveis dos praticantes” (p. 15).

 

O CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA DÉCADA DE 1930: CIRCULAÇÃO DE SABERES À FORMAÇÃO DOCENTE

 

            Para compreendermos um pouco da trajetória das alunas que ingressaram no curso, realizamos uma pesquisa nos documentos do Arquivo Permanente do Centro de Educação Física e Desportos (Cefd), da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). As fontes nos levam a inferir que as alunas já possuíam formação pelas instituições de ensino normal, uma vez que ser normalista se configurava como um requisito para ingresso no curso de professores. As professoras que publicaram as monografias em impressos locais formaram-se como normalistas entre os anos de 1921 e 1932.[9]

O acesso à Escola Normal era muito concorrido, o que representava ascensão do status social para as moças da época que ingressavam no curso (FRANCO, 2001). O Colégio Nossa Senhora Auxiliadora já possuía repercussão entre as classes médias, porém, após sua equiparação à Escola Normal, representou, para as alunas que circulavam nesse ambiente, a aquisição de maior representatividade na sociedade vitoriense.

Quando analisamos as produções realizadas nas instituições de ensino normal do Estado, observamos que os alunos ingressavam muito novos, normalmente com a média de idade obrigatória de 12 anos. Ao realizar um levantamento do período em que as 22 professoras cursaram o ensino normal, notamos que elas eram admitidas com uma idade média de 12 a 14 anos, no momento de sua formação, entre os anos de 1921 e 1932 e se formavam com uma idade entre 14 e 18 anos, o que representa que as mulheres que ingressavam na carreira de professor iniciavam o ofício da docência ainda muito jovens. 

Na busca por informações nos impressos Diário da Manhã e na Revista de Educação, descobrimos que as alunas normalistas que realizaram o Curso de Educação Física tiveram seus materiais veiculados nesses suportes. São elas: as professoras Helena Serrano, Alice Greppe, Alva Piovan, Julieta Greppe, Sylvia Rocha, Felisbina Pinheiros de Morais, Orlandina Ribeiro e Dalila Neves. Do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, as professoras Isaltina Paoliello, Clarine Lima, Analia Paoliello, Elcia Aquino, Anita Crema, Mathilde Crema, Maria Orlandina Bomfim, Celina Cardoso, Maria Apparecida Nogueira, Sylvia Carlos Loureiro e Adyr Miranda.

Durante suas formações como normalistas, as professoras tinham acesso a conhecimentos sobre a Educação Física implantada na Escola Normal no ano de 1908 com a reforma Gomes Cardim,[10] e posteriormente implantada também na grade curricular do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora. Segundo Schneider, Alvarenga e Bruschi (2011), a disciplina Ginástica, que era orientada na Escola Normal, tinha como base os conhecimentos advindos do Método Sueco de Ginástica.

Nas discussões em torno da Ginástica, é possível perceber que, nas três primeiras décadas do século XX, era justificada para à formação escolar “[...] em função de compreender-se que ela poderia corrigir e endireitar os corpos das crianças. Curar os defeitos, as moléstias e anormalidades [...], sejam estas consequentes das taras dos ancestrais, sejam aquelas adquiridas pelo meio” (SCHNEIDER; ALVARENGA; BRUSCHI, 2011, p. 4).

De acordo com Schneider (2010), a partir da década de 1930, além da eugenização da raça, era necessário formar indivíduos que atendessem às novas demandas sociais, que focavam seus interesses na industrialização e no trabalho, momento no qual o Brasil passa a se modernizar e entrar no modelo capitalista de produção, necessitando de homens para a força de trabalho. Punha-se como objetivo da Educação Física, nesse período, não mais curar defeitos ou moléstias, mas desenvolver as potencialidades e as capacidades físicas dos alunos, passando de uma concepção ortopédica para uma concepção em termos de eficiência.

Após a Revolução de 1930, o Método Francês passou a ser considerado o método oficial que deveria orientar o ensino da Educação Física nas instituições escolares em todo o País. A partir desse momento, com a estreita relação estabelecida entre Governo e militares, estes passaram a divulgar e orientar o ensino da Educação Física em todo o Brasil. De acordo com Silva (1996), teriam sido os responsáveis pela criação do Curso de Educação Física do Espírito Santo o tenente Carlos Marciano de Medeiros e o interventor do Estado, o capitão João Punaro Bley.[11]

Quando analisamos os estudos produzidos sobre a disciplina na década de 1930 no Brasil, não observamos as mulheres ou os vários indivíduos que participaram do processo de escolarização da Educação Física no Brasil, o tema recai apenas nas ações do Estado e dos militares, com a história da Educação Física se confundindo muitas vezes com a história dos militares, tendo sua prática recebido a mesma orientação tanto na caserna quanto na escola.

Quando analisamos o currículo do Curso de Educação Física do Espírito Santo, observamos que seu ensino estava dividido em três partes: Bases Fisiológicas, Bases Pedagógicas e Pedagogia Aplicada, seguindo orientação do Método Francês, adotado oficialmente na formação de professores do curso.

O currículo era dividido em dois momentos: Ensino Teórico e Ensino Prático. Como demonstrando na grade curricular do período letivo de 1933, faziam parte do Ensino Teórico as disciplinas: Higiene, Fisioterapia e Socorros de Urgência, Anatomia, Fisiologia e Mecânica dos Movimentos, Pedagogia da Educação Física, Antropometria e Noções de Morfologia e História da Educação Física. No Ensino Prático, compunham a grade curricular as disciplinas Execução Prática dos Exercícios do Método, Composição de Lições e Direção de Lições.[12]

Em relação à sessão de Ensino Prático, a forma como estava organizada seguia orientação do Regulamento nº 7, prevendo que “Os programas do ensino prático serão organizados para cada grau e ciclo, tendo-se em vista estudar todos os exercícios do Método” (CURSO, 1934, p. 1). Desse modo, o ensino da Educação Física deveria estar de acordo com os ciclos: Educação Física Elementar, destinada às crianças de 4 a 13 anos; Educação Física Secundária, para os estudantes de 13 a 18 anos; Educação Física Superior, voltada aos indivíduos de 30 a 35 anos, Educação Física Feminina; Adaptações Profissionais e Ginástica de Conservação, para os indivíduos acima de 35 anos (REGULAMENTO, 1934).

Ferreira Neto (1998), ao realizar uma comparação entre o currículo da Escola de Educação Física do Exército com o currículo do Curso de Educação Física do Espírito Santo, afirma que este último apresenta o mesmo padrão que os cursos criados nos demais Estados em relação à Escola de Educação Física do Exército.

Com base nessa comparação, Ferreira Neto (1998) chegou às seguintes conclusões: os cursos continuaram organizados nas três áreas básicas, conforme orientação do Regulamento nº 7; quanto ao programa de ensino da Escola de Educação Física do Exército, as disciplinas recebiam classificação de 1 a 5, valores atribuídos segundo seus graus de importância; as disciplinas de conhecimentos de Pedagogia e profissionalizantes recebiam o “peso 5”, enquanto era atribuída uma variação de “peso entre 1 e 3” às disciplinas das áreas das Ciências Biológicas.

Essa importância dada às disciplinas de cunho pedagógico, segundo Ferreira Neto (1998), desmistifica o discurso predominante na história da Educação Física de que os cursos de professores “[...] teriam dado ênfase às Ciências Biológicas, tendo como seu corolário a aptidão física” (p. 94), ideia apontada por Silva (1996) ao analisar os programas do curso no Estado.

No que tange às discussões do esporte, sua presença no período esteveem fase de transição. “O discurso que vinha se autoconfirmando desde o final do século XIX como moderno, experimental e científico voltava suas preocupações para a ortopedia como arte da correção da deformação” (CARVALHO, apud SCHNEIDER, 2010, p. 154) e deslocava-se de uma concepção ortopédica para uma concepção de eficiência. Os esportes, nesse sentido, são incorporados como conteúdo privilegiado do Método Francês. Para Goellner (1992), o Método Francês teria se configurado como “[...] uma espécie de elo entre a escola e o esporte, sendo uns dos responsáveis pela sua inserção no contexto escolar” (GOELLNER, 1992, p. 176).

No Curso de Educação Física, é possível observar que seu plano de ensino correspondente para cada ciclo não previa a prática de esportes para a o ciclo elementar, pois a Educação Física para esse grau deveria ser “[...] higiênica; terá por fim desenvolver as grandes funções: respiratória, circulatória, articular, etc.” (REGULAMENTO, 1934, p. 13), não sendo também indicada para o ciclo secundário, pois “Durante êste período o adolescente apresenta menor resistência [...]. Muitos jovens e principalmente seus pais, tornam-se irremediavelmente hostis a qualquer exercício físico e, sobretudo, ao esporte [...]” (REGULAMENTO, 1934, p. 14).

            Como o objetivo do curso era“[...] habilitar o professorado a ministrar a Educação Física nos estabelecimentos estaduais de ensino [...]” (CURSO, 1933, p. 14), ao analisar seu currículo e a forma como esteve organizado na formação de professores, rompemos com a ideia de que a Educação Física teria sido utilizada no Espírito Santo como uma ferramenta para a propagação da militarização e esportivização pretendida pelos militares e pelo Estado.

 

 

 

A PRODUÇÃO DE SABERES E A REPRESENTAÇÃO DA MULHER NA SOCIEDADE CAPIXABA

 

Aprodução de uma monografia se destacava como requisito parcial para a obtenção do diploma de professor de Educação Física. Acreditava-se que a escrita permitiria ao estudante demonstrar o nível de aprendizagem adquirido no decorrer do curso.[13] A monografia se constitui como uma das chaves para se determinar a configuração obtida pelo curso e dar a ver as discussões que deveriam ser incorporados pelos futuros professores em suas práticas docentes.

Consideramos as monografias produtos de práticas de avaliação que poderiam confirmar para os professores o nível de desenvolvimento intelectual dos alunos. Estrategicamente, essa prática é inserida na formação dos professores para garantir a produção de um discurso homogêneo sobre o valor da ginástica, dos esportes e das atividades físicas na formação de um novo homem. Essa é uma forma de disciplinar os discursos daqueles que estavam sendo preparados para a escola, um lugar menos sujeito ao controle do Estado em seu cotidiano. Assim a monografia seria a garantia da incorporação de um discurso autorizado, o que justifica a não produção de monografias pelos monitores e instrutores que estariam sujeitos aos espaços de controle do próprio Exército.

É possível observar na monografia de Moacyr Ewald Borges, aluno do curso no período de 1935, que os trabalhos eram produzidos completamente despidos de “[...] artificios litterarios, pois que, para tanto, fallece competencia, este trabalho, representa, apenas, um esforço para comprovar nosso grão de aproveitamento” (DOSSIÊS DE ALUNOS, 1935). Silva (1996) também mostra a pequena quantidade de fontes para a construção das monografias, mas afirma que, mesmo com a precariedade que os alunos encontravam para a construção dos trabalhos, “[...] o incentivo e a produção de pesquisas acadêmicas aconteciam, mesmo sem muito rigor metodológico” (p. 138).

Apesar do pouco rigor metodológico, os trabalhos “[...] são indice incontestavel do aproveitamento e do cabedal de conhecimento adquiridos pelos alunos” (BOLETINS DIARIOS, 1932-1934, p. 315). Para Chartier (1990), a produção dos textos são produtos daquilo que é apresentado aos indivíduos que deles se apropriam e fazem diferentes usos. De acordo o autor, a produção dos trabalhos é assim compreendida:

 

A problemática do ‘mundo como representação’, moldado através das séries de discursos que o apreendem e o estruturam, conduz obrigatoriamente a uma reflexão sobre o modo como uma figuração desse tipo pode ser apropriada pelos leitores dos textos [e ouvintes dos conhecimentos apresentados nas disciplinas] que dão a ver e pensar o real (CHARTIER, 1990, p. 23-24).

 

Algumas dessas produções selecionadas passaram a circular em dois impressos produzidos no Espírito Santo. Quando analisamos a quantidade de monografias publicadas, encontramos um total de 22 artigos escritos por mulheres, com apenas dois artigos escritos por homens. Esses resultados demonstram a aposta que se faz nas mulheres como uma determinada perspectiva de formação, de atuação e de ensino no Estado. Ao enfatizarmos o cotidiano dessas mulheres em um projeto educacional da Educação Física que deveria ser revelado à população como saber científico, nós as tiramos de um lugar de anonimato e as colocamos em uma posição de protagonistas. Dentre os temas em circulação nos impressos, destacam-se (Gráfico 1):

GRÁFICO 1 – Temas das publicações das professoras nos impressos capixabas

Fonte: Produzido pelos autores.

Dentre os temas mais recorrentes, discussões em torno da saúde, da importância da prática da Educação Física para a mulher e a infância e sobre os métodos ginásticos se apresentam como os mais importantes entre os saberes que deveriam ser apresentados à população capixaba.

A circulação dos temas nos impressos determina os conhecimentos que deveriam ser incorporados na prática docente de um professor de Educação Física, demonstrando também a relação mantida no Estado com o Método Francês, uma vez que o Regulamento nº 7 orienta quanto à necessidade da Educação Física para a mulher e a infância e a necessidade da garantia da saúde, conquistada pela prática de exercícios físicos para o engrandecimento de uma nação. Além da análise do currículo do curso, esses resultados são capazes de revelar que no Espírito Santo o ensino da Educação Física nas instituições estaduais não significou uma militarização da Educação Física, ou teria dado ênfase à esportivização, uma vez que o esporte era indicado somente para a Educação Física superior, período em que o desenvolvimento físico do indivíduo já se encontrava completo.

            Contudo consideramos a intencionalidade da imprensa e atribuímos a ela o caráter de veículo de informação que se apresenta como intermediário da sociedade, pois, conforme Bahia (1990, p. 11), os editores consideram que “[...] o público se orienta, quase sempre decide e raciocina não pelas coisas em si, mas pela feição que lhe damos, pelos sinais que a mídia lhes atribui”. Para Schneider (2010), ao se voltar para a imprensa periódica, volta-se também a atenção para as ações dos grupos e dos indivíduos que se encontram na disputa para se tornarem voz autorizada a discutir as questões educacionais. Assim, acaba-se selecionando os saberes que acreditavam ser os mais adequados para a sociedade, especialmente para a atuação docente dos professores.

            Quando analisamos o Diário da Manhã e a Revista de Educação, observamos que ambos estavam a serviço do governo do Estado. Segundo Martinuzzo (2013), o jornal Diário da Manhã, criado desde 1908, mantinha forte vínculo com a elite econômica e, em um primeiro momento, não teve seus interesses satisfeitos com a nomeação do capitão João Punaro Bley, mas, aos poucos, passou a caminhar de acordo com o governo intervencionista e de interesses. Já o impresso pedagógico a Revista de Educação, criada no ano de 1934, teve como editores pessoas ligadas a cargos públicos do governo.

            Para Chartier (1990), o impresso é considerado a materialização de um projeto cultural, que envolve múltiplas relações sociais que se depositam no texto e as estratégias para a circulação de saberes pedagógicos. Dessa forma, as monografias em circulação nos impressos do Espírito Santo podem ter sidos selecionadas por aqueles que se posicionavam na linha de frente das decisões editoriais dos impressos, agindo de acordo com os interesses pretendidos pelo governo do Estado.

            Além de terem suas monografias publicadas nos impressos, as professoras eram designadas a ocupar cargos em instituições de ensino de maior representatividade. Muitas vezes eram transferidas das escolas do interior, onde inicialmente desempenhavam suas funções, passando a ocupar cargos nas escolas da Capital. Algumas assumiam cadeiras dentro do próprio Curso de Educação Física, devido ao capital simbólico que acumulavam ao ganharem representatividade perante a comunidade acadêmica e a sociedade.

No ano de 1933, já é possível notar a presença das professoras Ormy Saleto, Mathilde Crema, Julieta Greppe e Maria Orlandina Bomfim compondo a Comissão de Exames Finais da turma do período letivo seguinte (BOLETINS..., 1934).

No mesmo ano de sua conclusão de curso, no período de 1934, Maria Aparecida Nogueira já se apresentava nomeada pelo secretário do Interior, Wolmar Carneiro da Cunha, a reger a cadeira de Noções de Psicologia, Noções de Pedagogia e Metodologia da Educação Física no período letivo seguinte, compondo também a banca examinadora da disciplina de Cinesiologia (BOLETINS..., 1934). Nesse mesmo período letivo, Maria Orlandina Bomfim se apresenta como auxiliar no Exame Antropométrico e no Exame Prático, juntamente com Celina Cardoso (BOLETINS..., 1934).

Na instalação do 6º período letivo, em 1935, Maria Apparecida Nogueira continua assumindo a cadeira de Noções de Psicologia, Pedagogia e Metodologia da Educação Física, somando a presença de Julieta Greppe na cadeira de História da Educação Física, Maria Orlandina Bomfim na comissão examinadora das disciplinas Massagem, Socorros de Urgência e Ginástica Ortopédica e Celina Cardoso na banca da Comissão da Disciplina de Execução de Lição (BOLETINS..., 1935).

            No ano de 1939, Julieta Greppe torna-se secretária do curso, o que demonstra o significativo trabalho que vinha realizando desde a sua formação no ano de 1933 no curso como professora. Nesse ano, Felisbina Pinheiros de Morais continua compondo a comissão de professores do curso, encarregada de ministrar as disciplinas Ginástica Rítmica, Educação Física Geral e Esportes Terrestres e Coletivos, Psicologia, Pedagogia e Metodologia da Educação Física e Biometria (ESCOLA..., 1939; BOLETINS..., 1939).

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

O estudo investigou o desenvolvimento da Educação Física em um período de reordenamento político e social, que estabelece estreita ligação entre o Estado do Espírito Santo e os militares após a Revolução de 1930 e a ascensão de Getúlio Vargas à presidência. Ao analisar a escolarização da disciplina nesse período, em frente à forma escolar, faz-se necessário compreender as condições culturais, os autores, os discursos e as demandas sociais que permitiram sua expansão na sociedade capixaba, analisando um período que apostava na profissionalização da mulher no magistério e na relevância do seu papel na configuração de uma teorização para pensar a Educação Física na década de 1930 em solo capixaba.

Ao analisar o currículo do Curso de Educação Física do Espírito Santo e os discursos que circulavam nos impressos sobre a Educação Física produzidos pelas 22 professoras formadas no curso, rompemos com a ideia de que a Educação Física teria sido utilizada como dispositivo para a propagação da militarização e esportivização pretendida pelos militares e pelo Estado. Buscamos também romper com a ideia de que as professoras não tiveram vez nem lugar na história da escolarização da disciplina na década de 1930.  

Ao enfatizarmos a atuação dessas professoras, é possível tirar as mulheres de um lugar de invisibilidade mantida até então pela história oficial produzida sobre essa disciplina, que recaía apenas nas ações oficiais, na ideia de estudar o mundo dos impressos valorizando o seu conteúdo, uma leitura que se prende aos discursos veiculados e às relações entre eles (SCHNEIDER, 2010). Dessa forma, colocamos as mulheres como personagens centrais, mostrando como é possível resgatar o papel periférico em que foram lançadas durante muito tempo pela tradição historiográfica.

Como foi possível revelar no artigo, demonstramos como as mulheres não foram vítimas de uma sociedade, preparadas apenas para a transmissão das orientações políticas, em uma relação de submissão, mas foram atuantes ao lado de autoridades locais e aptas a discutir, por meio de trabalhos científicos, o que deveria ser revelado à sociedade capixaba, participando da formação de novos professores de Educação Física, mostrando como as pessoas “comuns” têm maneiras muito próprias de operar com os dados da realidade, manifestando “[...] recusa da uniformidade que um poder administrativo gostaria de impor em nome de um saber superior e o interesse comum” (CERTEAU, 1994, p. 13). Compreendemos que o modo como o mundo é produzido perpassa pela apropriação dos atores, que dão a ver e pensar o real de modo particular. Dessa maneira, rompemos com o conceito de sujeito universal e abstrato, considerando que a forma como um indivíduo se apropria do mundo é variável, não recaindo apenas nos discursos apresentados.

 

REFERÊNCIAS

 

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[1]
A pesquisa faz parte de uma da investigação maior denominada História e memória da educação física e do esporte no Espírito Santo: autores, atores e instituições (1931-1961), com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que está em desenvolvimento no Instituto de Pesquisa em Educação e Educação Física (Proteoria) no Centro de Educação Física e Desportos da Universidade Federal do Espírito Santo. Apoio financeiro também da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), e apoio técnico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (Fapes).

[2]Ver Schneider (2007) no estudo O modelo escolar de formação de professores no Espírito Santo: uma instituição em transição no século XIX.

[3]Sobre o processo de criação da Escola Normal, ver Simões, Schwartz e Franco (2008).

[4]Sobre o processo de criação do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, ver Simões e Franco (2009).

[5]Dentre as disciplinas que compunham a grade curricular das normalistas, existia a disciplina Trabalhos Manuais, na qual as alunas tinham de desenvolver habilidades práticas com agulhas, costurando e bordando toalhas. Eram atividades do seu ambiente doméstico, que ajudavam na formação de uma boa dona de casa (BARRETO, 2007; FRANCO, 2001).

[6]A história positivista predominante do século XIX possui exclusivo interesse pela história política e pelo domínio público. Nesse modelo de pesquisa se privilegiam, em grande parte, as fontes administrativas, diplomáticas e militares, nas quais as mulheres e outros grupos sociais com menor visibilidade pouco aparecem (BLOCH, 2001).

[7]A partir do século XX, observa-se o surgimento da Nova História. Perspectiva oposta ao modelo de história tradicional que busca dar visibilidade às atuações de várias grupos sociais e às suas ações na vida cotidiana. March Bloch destaca-se dentre os principais autores que inauguram essa nova forma de produção historiográfica.

[8]O Curso de Educação Física, criado a partir de 1931, no Estado oferecia três cursos de formação: o curso de professor, de instrutor e de monitor.

[9]O Curso de Educação Física também recebia alunas formadas em instituições de outros Estados. Foi possível localizar as alunas Mercês Garciae Jovita Nogueira diplomadas no Colégio Santa Isabele Escola Normal de Campos, respectivamente, ambas do Rio de Janeiro.

[10]Sob o governo de Jerônimo Monteiro, é trazido para o Espírito Santo o educador paulista Gomes Cardim, que permaneceu à frente da Instrução Pública até julho de 1909. Dentre suas primeiras medidas, reorganizou a Escola Normal, pois considerava que só pela formação dos professores poderia estruturar o ensino primário.

[11]João Punaro Bley, tendo participado do movimento revolucionário da década de 1930 no Espírito Santo, foi nomeado como interventor do Estado por Getúlio Vargas após sua entrada na presidência brasileira. Bley governou o Estado como interventor federal de 1930 a 1935, governador eleito pela Assembleia Legislativa estadual de 1935 a 1937 e novamente como interventor de 1937 a 1945.

[12]A grade curricular do curso sofria algumas modificações entre os períodos letivos, com a introdução ou a retirada de algumas disciplinas na grade curricular.

[13]Para os cursos de instrutor e monitor era dispensada a produção do trabalho de fim de curso. 

Instituto de Pesquisa em Educação e Educação Física (PROTEORIA), http://www.proteoria.org
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